terça-feira, 13 de outubro de 2009

A disputa no mercado de lâmpadas

13.10.2009 - No final de semana passado, desembarcou no Brasil o diretor de uma companhia austríaca de iluminação, uma das maiores do mundo. Veio atraído pelas Olimpíadas e pela possível Copa do Mundo no Brasil. Mas o mote deflagrador de seu interesse é a nova tecnologia LED que, em breve, será dominante no mundo. Além disso, a implantação da TV de alta definição obrigará maiores cuidados com a iluminação.O ponto relevante dessa história é que, com o LED, encerram-se cem anos de predomínio das lâmpadas incandescentes. Até agora esse mercado era dominado por gigantes como Osram (controlada pela Siemens), GE, Sylvania (que se associou a um grupo indiano) e a Phillips.Com a nova tecnologia – baseada em microeletrônica – entram na parada gigantes da computação, como a Toshiba. Mais que isso, cessa o controle dos antigos fabricantes sobre insumos estratégicos, como o vidro. Mais ou menos o que ocorreu no campo da fotografia, que acabou com o predomínio da Kodak.Provavelmente nos próximos anos haverá a explosão de pequenas e médias empresas ocupando nichos de mercado com tecnologia própria e desenvolvendo sua própria cadeia de fornecedores.***O estopim dessa revolução dos LEDs foi o anúncio da entrada de novos padrões de energia até 2012 que praticamente erradicarão as lâmpadas incandescentes. Paralelamente, o Departamento de Energia dos Estados Unidos instituiu um prêmio de US$ 10 milhões a quem criasse uma tecnologia que substituísse as lâmpadas incandescentes.Atualmente, são vendidas 425 milhões de lâmpadas de 60 watts nos EUA, representando cerca de 50% da iluminação. As vantagens da tecnologia LED são evidentes. Segundo os cálculos do Departamento de Energia, a a economia decorrente da troca das lâmpadas permitiria iluminar 17,4 milhões de casas americanas e cortar 5,6 milhões de toneladas anuais em emissões de carbono.***Uma das alternativas seriam as lâmpadas fluorescentes. Mas a visão geral é que o padrão vitorioso deverá ser os condutores LED.A Phillips aparentemente saiu na frente, apresentado ao Departamento de Energia protótipos de lâmpada LED com a mesma capacidade das incandescentes de 60 watts, mas utilizando apenas 10 watts de potência, e tempo de vida de 25 mil horas.***Os impactos sobre o mercado brasileiro serão sensíveis.Nos últimos anos o mercado brasileiro foi invadido pelas lâmpadas chinesas. No ano passado, a GE fechou fábrica no Brasil, devido ao excesso de incandescentes no mundo. Permaneceram a Osram, a Sylvania e a Phillips.As incandescentes ainda representam 37% das lâmpadas de domicílio. Mas, desde o “apagão” energético, houve um aumento nas lâmpadas com menor consumo de energia. As vendas de lâmpadas fluorescentes compactas cresceram 20% ao ano nos últimos cinco anos. Das cerca de 80 milhões de lâmpadas importadas anualmente, 72% vêm da China.Será impossível para os fabricantes brasileiros competirem com os 2.100 fabricantes chineses.No ano passado, a GE fechou fábrica no Brasil, devido ao excesso de incandescentes no mundo. Permaneceram a Osram, a Sylvania e a Phillips.Nos próximos anos haverá a oportunidade para a entrada de grupos brasileiros criativos no mercado.
Fonte: Ultimo Segundo / Economia

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